Reunião de Balanço



     A Reunião de Balanço proporciona, a todos os compo­nentes do grupo, a oportunidade de refletir e dar sua opinião, aber­tamente e com espírito cristão, sobre a situação da equipe (sua caminhada, seus progressos ao longo do ano que termina) e pre­parar o ano seguinte.

Não se pode esquecer que o mais importante é buscar a von­tade de Deus para o casal e para a equipe, e discernir seu apelo para viver mais autenticamente, o amor caridade, que é a alma de toda a comunidade cristã (Guia das Equipes de Nossa Senhora).

A Reunião de Balanço é uma celebração. Uma rica oportunida­de de todos celebrarmos a pertença às ENS, confirmando nossa vocação equipista. Uma vocação especial porque, firmada na ascese cristã, na escuta da Palavra de Deus, na Oração interior e na Eucaristia, irá nos “precaver contra a inconstância e de fazer frente ao nosso gosto de independência, que muitas vezes nada mais é do que uma forma de orgulho e de autossuficiência” (Pa­dre Caffarel).

Balanço é voltar pelo caminho feito e rever os passos dados: como pessoa, como casal e como equipe. Sem medo, coloquemos lado a lado a nossa vida e as exigências das Equipes de Nossa Senhora, assumi­das livremente. O balanço será oca­sião para nos conhecermos melhor como pessoa, como esposo/esposa, como casal equipista. Poderemos nos perguntar: Estamos plantando a semente da vinha do Senhor? Es­tamos dando a oportunidade para que a nossa equipe seja o solo fér­til? Conseguimos, neste ano, alcan­çar um crescimento conjugal e fa­miliar? Nossa equipe progrediu nes­te ano como comunidade de ajuda mútua no caminho da santidade?

O Padre Caffarel desde o início deixou bem claro: as Equipes de Nossa Senhora existem para aque­les que querem buscar a santidade. Não há balanço sem consciência clara desta meta, sem a convicção do compromisso assumido e sem um reconhecimento do valor e da eficácia dos instrumentos e peda­gogia colocados pelo Movimento ao nosso serviço. É Deus quem nos chama à santidade e este mesmo Deus nos ama com um amor de infinita misericórdia. Ele conhece a nossa fragilidade e as dificuldades que temos em levar a cabo o que nós próprios decidimos fazer. Ale­gremo-nos com as conquistas que Deus nos permitiu e, ao mesmo tempo, retomemos corajosamente os esforços em direção aos objeti­vos ainda não plenamente alcança­dos, confiantes que Deus sempre estará conosco. Preparemo-nos para a nossa Reunião de Balanço com humildade, responsabilidade e coração aberto, com a certeza de que Jesus está no centro a nos escu­tar. O saldo do nosso balanço será positivo se a prioridade for Deus.

Nenhum balanço tem sentido

em si, mas recebe o seu valor em vista do que, a partir dele, se decide fazer. Não é um balanço contábil, em que bastam somar ou diminuir os dados dos livros e fazer uma con­ta de projeção para o futuro. Trata-se, sim, de uma revisão avaliadora de uma vida caminhada nos últimos doze meses, a qual carrega marcas profundas de anos anteriores. Nes­te nosso balanço, não basta reunir notas, mas é necessário colocar-se na presença de Deus e, num exame interior, em honestidade consigo mesmo, conferir os progressos e/ ou regressos acontecidos e, mais importante que estes resultados, ver o esforço que fizemos, a atitude interna de crescimento que busca­mos. Um balanço assim o prepa­raremos com oração, em diálogo com Deus e com o cônjuge. “Se vocês quiserem encontrar-se com o Senhor, é preciso que se preparem para o encontro. Toda revisão de vida supõe o recolhimento. Ele deve originar-se na humildade da oração e da súplica e perfazer-se em ação de graças. Reveja, em primeiro lu­gar, a sua atitude e só depois a dos outros. Se você diz: ‘essas reuniões não me dão nada’ é porque você também não dá nada. Não venha a elas para receber e sim para dar”.

Sob a óptica do carisma e da mística do Movimento, o objetivo da Reunião de Balanço é uma ava­liação sincera, à luz da vontade de Deus, do ano que se encerra, nos diversos campos em que nós equi­pistas atuamos:

a) como cristão católico, mem­bro das Equipes de Nossa Senhora, comprometido com a santidade do seu cônjuge e com a própria santi­dade;

b) como casal unido pelo Sacra­mento do Matrimônio, comprome­tido com a espiritualidade conjugal, com o crescimento da equipe e com a colaboração nas funções de servi­ço do Movimento;

c) como equipe de casais que quer dar testemunho de vida em comuni­dade a outras equipes e ao mundo.

Nossa vaidade natural gostaria de notas dez em todos os itens da nossa avaliação. É oportuno, então, lembrar que o pecado de Adão con­sistiu em querer ser igual a Deus. Nós somos chamados a ser santos, mas ainda não o somos. Tomando consciência da nossa condição de imperfeitos e partindo dessa realida­de, ao avaliarmos a nossa caminha­da, é bom que haja em nós sincero desejo de responder ao convite de Deus para sermos santos. Colocar-nos-emos, então, em atitude inte­rior de cultivar a assiduidade em nos abrirmos à vontade e ao amor de Deus; de desenvolver a capacidade para a verdade e de aumentar a ca­pacidade de encontro e comunhão.

Talvez o que nos assuste no ba­lanço não seja ver o que fizemos ou deixamos de fazer, mas a decisão que a consciência nos impele a to­mar a partir dele. Conforta-nos, en­tão, ter presente que é Deus quem nos chama à santidade e que este mesmo Deus nos ama com um amor de infinita misericórdia. Ele conhece a nossa fragilidade e as dificuldades que temos em levar a cabo o que nós próprios decidimos fazer. Temos medo de assumir um compromisso e, depois, sermos infiéis a nós mes­mos, à nossa própria decisão.

É a hora, então, de pôr a con­fiança em Deus, não para relaxar­mos no esforço, mas, numa respos­ta amorosa, exercitarmos em nós o dom do temor de Deus. Nossa esperança diz que Ele nos olhará através da Cruz redentora, onde seu Filho, que se fez um de nós, amou-nos em extremo, para que na abundância da graça sejamos justi­ficados por meio dele e, pela sua obediência, todos nos tornemos justos (cf Rm 5,12-21).

Uma excelente Reunião de Ba­lanço a todos.
Equipe Carta Mensal
Referências: trechos retirados de artigos da Carta Mensal, nº 412, outubro de 2000, e nº 458, dezembro de 2011.

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