Não é em seu próprio nome que os casais da Equipe escolhem
seu CRE; é o Senhor, através deles. E não é porque merecem, mas porque o
Senhor assim o quis.
Podemos ser chamados para muitas coisas: para obedecer, para
servir, para seguir... Sim, tudo isto está incluído no chamado; mas o que é
primordial é que se trata de um chamado para amar “mais”. Amar mais o Senhor,
amar mais os irmãos e as irmãs, amar mais a Igreja.
A gratidão diante desse amor imerecido, a alegria de ter
saboreado a bondade de Deus, dão ao casal que aceita a responsabilidade um entusiasmo
sem vacilações, porque ele se apoia no amor de Deus, o qual, temos certeza, não
faltará jamais.
Como Maria, nós devemos nos abandonar à ação do Espírito,
para nos deixarmos conduzir por Ele. É com um coração de pobre que é preciso
acolher a responsabilidade, num ato de fé e confiança na Palavra de Jesus:
“Vai, eu estou contigo”.
Não estaremos jamais preparados para uma responsabilidade,
nem para o serviço que dela decorre. Mas é preciso crer que com esse olhar de
amor, que é o chamado, e com nossa cooperação perseverante, o Senhor manifesta
e faz crescer em nós os “dons” que nos confiou para que os partilhássemos. É
preciso crer que esses “dons” – cada casal tem os seus – serão aqueles que
nos serão necessários no momento certo, para o nível de responsabilidade que
será o nosso.
A aceitação de um serviço implica já na ideia de renúncia,
mas é preciso ir mais longe que isso. “O escravo não é maior que o seu
senhor”, e nosso Senhor deu sua vida por nós.
Estar pronto a “morrer um pouco pelos outros”, a dar-lhes
nossa vida, significa não só dar nosso trabalho, “nossos talentos”, nosso
tempo, mas também nos darmos, nós próprios, livremente, na alegria de uma
partilha sem reservas.
Perfil
de um Casal Responsável de Equipe CRE
O CRE deve, antes de
tudo, assumir a responsabilidade da Equipe como casal.
Nas
Equipes de Nossa Senhora, Movimento de casais, todas as responsabilidades são
assumidas por casais. São os cônjuges, conjuntamente, que assumem a responsabilidade.
Certamente que os encargos devem ser divididos entre marido e mulher, em função
dos carismas e responsabilidades de cada um. Mas os dois cônjuges devem
refletir juntos, decidir conjuntamente, agir verdadeiramente em
corresponsabilidade. Isto é essencial: é com efeito, na graça do seu
sacramento do Matrimônio, que eles vão recolher forças para este cargo
apostólico comum.
O CRE deve ser um
casal de oração.
O
serviço que assumem está “enraizado” na Palavra de Deus e na Eucaristia. Não
podemos fazer nada sem recorrer à fonte, sem nos colocarmos na escuta de nosso
único Mestre, no silêncio, pela prática assídua da oração.
Na
vivência dos Pontos Concretos de Esforço, no aprofundamento de sua
espiritualidade conjugal, o CRE deverá buscar forças e luzes necessárias para
a realização de sua missão. Se todos os PCE são importantes, a oração conjugal
é um momento privilegiado onde o Senhor solidifica o casal e esclarece sobre
as decisões a tomar.
Ao
CRE é pedido que participe da missa pelo menos uma vez a mais por semana, no
decurso da qual oferece ao Senhor as alegrias, as tristezas, as dificuldades
dos casais de sua equipe - bem como as próprias - e intercede por eles. Ainda
mais, a Eucaristia é a fonte inesgotável onde o CRE encontrará sempre a graça
de Deus para o exercício de sua missão. Deve, pois, rezar intensamente pelos
membros de sua equipe.
O CRE deve ser um
casal que ama sua Equipe e todo o Movimento.
O
amor ao Movimento se vive, especialmente, na busca de melhor conhecê-lo,
através da participação nos eventos, da leitura da Carta Mensal e dos diversos
documentos produzidos pelas ENS.
Em
relação à sua Equipe, o CRE deve estar sempre atento às suas necessidades e
anseios. Ele é o ombro amigo dos demais casais. E o amor que dá-lhe a abertura
necessária para acolher os outros e reconhecer-lhes as necessidades. Como
Maria, nas Bodas de Caná, ter a sensibilidade para perceber o que está faltando
à Equipe.
O CRE deve ser
criativo.
Para responder às necessidades de sua
equipe, o CRE deve ter criatividade. A criatividade permite achar os meios
adequados para animar os casais, para reavivar a pertença ao Movimento, para estimular
a vivência dos PCE, o engajamento, a missionariedade dos casais. Nada “esfria”
e desestimula mais uma equipe do que a apatia de uma reunião em que os casais
não têm o que partilhar com relação às suas experiências concretas de esforço
na vivência dos PCE, ou na ausência de uma coparticipação igualmente vivida na
sua missionariedade.
O CRE deve ter
iniciativa.
O CRE
deve ter um papel importante, no sentido de propor sugestões e atividades que
levem sua equipe a um maior crescimento numa espiritualidade cada vez mais
encarnada.
O CRE deve ter
coerência entre fé e vida.
O CRE
deve buscar ter coerência entre fé e vida, dará credibilidade ao seu
testemunho, autoridade à sua ação conquistando a confiança dos outros casais
da equipe.
Critérios de escolha
Todo
ano escolhe-se um casal que será responsável pela sua Equipe, podendo um mesmo
casal permanecer no cargo por dois anos consecutivos no máximo. Uma
coordenação nova deve trazer à Equipe uma animação nova, evitando a rotina e o
envelhecimento. Além disso, o serviço de Responsável é, para aquele que o
exerce, ocasião de um considerável enriquecimento. Teoricamente é desejável
que cada casal dele se beneficie. No entanto nem todo casal está apto a exercer
esta função em todos os momentos de sua vida. Deve-se, pois procurar sempre o
bem da Equipe e escolher aquele casal que naquele ano tem melhores condições
de exercer esse serviço.
São
os casais da equipe que escolhem o CRE. Procede-se à escolha ao final do ano
equipista, de preferência antes da reunião de balanço, para permitir ao novo
CRE anotar as resoluções da Equipe. É uma escolha séria que se prepara com
orações ao Espírito Santo, e da qual se devem abstrair preferências meramente
pessoais.
Não é
critério de escolha nem o simples sorteio nem rotatividade entre os membros da
equipe.
É
preciso, acima de tudo, escolher o casal mais apto, do ponto de vista
espiritual e humano. O voto é secreto e de preferência individual, isto é, não
do casal. A apuração é confiada ao Conselheiro Espiritual, que anuncia, como
escolhido, o casal que perfizer mais da metade dos votos. Se isto não for
conseguido da primeira vez, vota-se novamente; se houver novo empate, o Conselheiro
Espiritual dará seu voto de minerva sem dar esse fato a conhecer. Aliás, o
Conselheiro Espiritual anuncia o casal escolhido sem divulgar o número de
votos que obteve ou obtiveram outros casais, para o que deve destruir de
imediato as papeletas dos votos.
Desejamos
uma ótima eleição e que a luz do Espírito Santo os ilumine.
Fraternalmente
Equipe
Carta Mensal
Fonte: Manual “O Casal Responsável de Equipe
Texto retirado original: Carta Mensal Outubro 2016
Texto retirado original: Carta Mensal Outubro 2016

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